Hoje era um dia que não poderia começar com atraso, já que o nosso primeiro compromisso da manhã era com a Sagrada Família, único ponto turístico em que optamos em comprar os ingressos antecipados pela internet (fácil, fácil, acho que vou aderir mais a este modo na próxima viagem).
Você sabia que este post faz parte de um roteiro completo? Acompanhe a nossa trip completa por Barcelona com todos os detalhes dia-a-dia.
Saímos do hotel e fomos até a estação Sants, onde pegamos a linha 5 para descer na Sagrada Família. A estação de chegada é uma graça, não deixe de observar os quadros.

Havíamos comprado o horário das 10h30 e chegamos às 10hs. Não é permitido entrada antecipada, e como a cripta da Sagrada Família não estava com o acesso liberado, acabamos matando tempo na lojinha.
Sagrada Família
A primeira coisa a se dizer é que sim, ela é impressionante. Antoni Gaudí nos presenteia com uma igreja cujas paredes externas nos contam histórias, e a parte interna tem uma luminosidade que substitui o dourado das catedrais mais antigas. Não é a toa que ela foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO. E independente da sua crença, não deixe de visita-la.

É importante observar que ela ainda está em construção, todas as modificações desde o projeto original do arquiteto Francisco de Paula del Villar até os 43 anos em que Gaudí esteve pensando e repensando a obra podem ser visto em uma espécie de museu no subsolo, próximo aos banheiros. Lá estão várias maquetes com todas as transformações. Alice adora maquetes, então observamos vários com calma, e é impressionante ver a diferença dos conceitos mesmo para quem é leigo.
Esta obra foi tão importante para Gaudí que em 1914 ele passou a atuar exclusivamente no projeto, e assim seguiu por 12 anos, até a sua morte em junho de 1926 por atropelamento. E hoje seus restos mortais descansam na cripta do templo.

Sobre a sua forma, a Sagrada Família possuí três fachadas:
– Fachada da Natividade: é por aqui que entramos, havia dois acessos, sendo um junto à loja e outro mais distante. Esta é a fachada finalizada por Gaudí e possuí três portas: a da caridade contando o nascimento de Jesus, a da esperança onde se conta a morte dos bebês e a fuga para o Egito e a da Fé com a apresentação de Jesus ao templo.
– Fachada da Paixão: com guerreiros que lembram as chaminés de outra obra de Gaudí (La Pedrera), ela conta os últimos dias de Cristo. Lá estão o seu sofrimento e julgamento.
– Fachada da Glória: hoje ela está em obra, e ainda não se tem ideia clara de como será. A promessa é que ela seja a principal, e as magníficas portas com frases do pai nosso em 50 idiomas já nos dá ideia de sua grandiosidade.

Ao entrar, os vitrais coloridos logo captam a atenção de quem por ali caminha. Como as fachadas eles contam histórias em um verdadeiro arco-íris que nos leva de uma ponta a outra.

Mas não deixe de olhar para cima, só assim você poderá observar que as colunas são como árvores e no alto temos uma verdadeira floresta de uma cor tão clara que nos transmite paz.

Além de percorrer toda a sua extensão é possível subir em uma das torres com horário também agendado. Seguindo indicação, optamos pela fachada da Natividade. A subida foi feita de elevador, e a descida é por escadas. A todo o momento você precisa fazer escolhas sobre o caminho a percorrer. E a cada janela você tem uma ideia de vista, do que está pronto, do que está em obra e até mesmo da parte interna.

Com crianças:
– Elas possuem entrada gratuita.
– Menores de 6 anos não podem subir nas fachadas por questão de segurança (aqui o Marco abriu mão de subir para ficar com a Alice)
– Carrinhos de criança são permitidos.
– Como o espaço é amplo, mesmo com todos os visitantes, é fácil de elas se locomoverem.
Dicas gerais:
– Para quem estiver com carrinho de criança, cadeira de rodas, ou precisar de ajuda com mobilidade, utilize a entrada junto à loja, pois a mesma possuí um elevador próximo.
– Não deixe de pegar o áudio-guia, a visita é muito mais rica com ele.
– Não faça a visita correndo, o local possuí muitos detalhes que precisam de atenção, e não deixe de subir em uma das fachadas.
– Não existe um código de vestimenta rígido, mas não abuse nos dias de calor, afinal, é uma igreja.
– Se você gosta de colecionar moedas com desenhos dos pontos turísticos não deixe de pegar a sua em uma das máquinas.
Para maiores informações:
Como chegar:
Endereço: C/ Marina N 41º 24′ 283″ | E 2º 10 ‘486″
De Metro linhas L2 e L5 Sagrada Família
De ônibus: Linhas 19, 33, 34, 43, 44, 50, 51, B20 e B24
Horários e valores: consulte o site aqui.
Almoço – Villa Caprice
Finalizamos a visita com fome e optamos por um restaurante próximo, o Villa Caprice, onde uma atendente brasileira nos apresentou o cardápio (não é raro encontrar compatriotas trabalhando por lá).
Aproveitamos para tomar uma sangria. No caso eu e a vovó pedimos por uma seleção de tapas (onde havia frutos do mar, cogumelos, batata, frango, entre outros itens em forma de petisco), Alice foi de massa quatro queijos e o papai de paella mixta.
A comida bastante gostosa, sangria deliciosa, e o lugar bem agradável. Por ser bem próximo a um ponto turístico não achei o valor exorbitante, e foi um almoço bastante agradável.
A próxima visita era bem pertinho.
Hospital de la Santa Creu i Sant Pau
Quando coloquei este ponto turístico no roteiro, minha mãe questionou o que iriamos fazer em um hospital. Chegando lá, foi fácil de entender o motivo pelo qual este lugar merece ser visitado.

Uma pequena cidade em estilo modernista com seus prédios de tijolo a vista, bancos para sentar, jardins e túneis. Sua construção teve início em 1902, mas sua inauguração oficial foi em 1930 e hoje também é um Patrimônio Mundial da Humanidade.

Atualmente ele atende tanto aos turistas em sua parte histórica, quando pacientes em sua parte mais nova.
Como funciona a visita?
Na lateral do grande prédio da fachada principal, existe outro prédio onde se compra os ingressos. Criança não paga. Nós optamos pela visita livre, onde seguimos o mapa com os prédios indicados para visitação. Neles encontramos fotografias e maquetes, exposições com vasos antigos, exposições artísticas, estátuas, além dos próprios prédios. É interessante observar os detalhes, alguns foram os antigos quartos dos pacientes.
Também é muito legal descer até os corredores subterrâneos e observar como eram feitas as ligações.

A parte chata é que no dia da visita estava ocorrendo um evento de moda no local, e um dos prédios estava fechado para os turistas e o principal parcialmente liberado (mas o valor do ingresso não possuía desconto). Mas mesmo com isto a visita valeu muito a pena, o lugar é lindo.
Com criança:
– O espaço é muito legal, se elas ficarem entediadas com os prédios tem os jardins para elas se locomoverem de um lado para o outro, mas mesmo os mais pequenos podem se interessar entre os coloridos e túneis.

Para maiores informações:
Como chegar:
O hospital fica entre as ruas Carrer de Cartagena e Carrer de Sant Antoni Maria Claret, o grande portão facilita a identificação de por onde entrar.
De metro, desça na estação Sant Pau / Dos de Maig na linha 5 (azul).
Para informações sobre horários e preços, Clique aqui.
Terminada a visita, tivemos a belíssima ideia de ir a pé para a próxima atração, que ficava a menos de 2km de distância, mas com muito mais subidas do que imaginávamos..
Park Güell
Chegamos após às 18hs no Park e mesmo assim tivemos que esperar mais de uma hora para conseguir entrar na área paga do local, chamada de zona monumental. Então aqui vale sim a sugestão de comprar o ingresso antecipado pela internet, embora não seja tão difícil passar o tempo percorrendo a parte gratuita.
O curioso deste parque é que ele é um condomínio que não foi finalizado. Esta obra de Antoni Gaudí não provocou interesse, e apenas duas casas foram construída, uma das quais ocupada pelo próprio arquiteto. O local hoje faz parte do Patrimônio Mundial da Humanidade.

Na parte gratuita não existem cores, você consegue fazer trilhas, até mesmo um piquenique, desde que tenha levado o seu lanche. Aliás, o local é bastante isolado, sem estrutura de gastronomia. Nesta área também fica a casa de Gaudí, hoje um museu, cujo ingresso é pago a parte.

Para visitar a área monumental existe hora para entrar, a fila vai se formando cerca de trinta minutos antes. No momento da nossa visita a parte de cima estava em obras, restringindo o espaço que é bastante disputado (e mostrando que falta de educação independe de nacionalidade).

A parte monumental é bonita pelo seu colorido, tem um jardim bonito, o famoso lagarto e duas casinhas para visitação com horário limitado. Eu e a vovó visitamos uma das casas e achamos meio sem graça para o tamanho da fila (e olha que ela estava longe de imensa).

Confesso aqui que o Park Güell foi a nossa decepção. Como ele é longe das demais atrações, chegar e sair não é tão fácil, não achamos que o esforço valeu a pena. Em um retorno a Barcelona não cogitaria revisitá-lo.
Com crianças:
– É possível entrar com o carrinho, mas esteja preparado para os degraus na zona monumental.
– Crianças até 6 anos tem entrada gratuita.
– Leve lanche e água, no local só encontrará ambulantes.
Como chegar:
A entrada principal fica na Carrer d´Olot, no bairro de La Salut. Na hora de ir embora é possível sair pela zona monumental.
Mais informações sobre horários e valores, clique aqui.
E se já não achamos tudo isso, o google maps ainda deu uma bugada legal na hora de ir embora, nos fazendo dar voltas e voltas sem chegar à estação de trem. Com isso não consegui visitar a Praça Diamante, praça que dá nome ao livro de Merce Rodoreda e tem uma obra em homenagem a personagem. O livro é muito legal, quem quiser saber um pouco mais, aqui tem uma resenha.
Chegamos ao hotel bastante tarde e podres de cansaço, mas o dia seguinte prometia.
* Quer mais fotos? Siga nosso instagram @3geracoese1mala
* Alice estava com 5 anos e 1 mês
* Viagem realizada no mês de junho/2018
* Patrocinada por nós
Muito legal o seu relato, tem vida e sentimento. Adorei.
Barcelona é uma cidade incrível e é sempre ler sobre ela, principalmente, através de um olhar sensível.
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