Em tempos de instabilidade na economia brasileira e um sobe e desce no valor das moedas estrangeiras, na hora de viajar muitas vezes bate a dúvida: o que levo para pagar os gastos?
Considero três formas as mais comuns de levar: dinheiro em espécie, cartão de crédito e cartão pré-pago – também conhecido como travel money-, e listo seus pontos positivos e negativos:
Dinheiro em espécie
A grande vantagem em comprar a moeda em papel, isto é, dinheiro vivo, é o valor da taxa de IOF de 1,1%, a mais baixa entre as opções apresentadas. Por exemplo: se for comprar mil reais em moeda estrangeira, terá um acréscimo de onze reais em taxas. Sendo está a maior das vantagens deste modelo.
Outra vantagem é que você pode se propor um limite de gastos, e só podendo utilizar o dinheiro que tem em mãos é mais fácil ter um controle dos mesmos.
A grande desvantagem está para os casos de assalto (na Europa os batedores de carteiras são famosos), visto que dinheiro vivo não tem seguro. Neste caso nunca saia com todo o dinheiro na carteira. Calcule quanto irá precisar naquele dia – gastos com alimentação, ingressos e um percentual para extras – e deixe o restante em um cofre ou outro local que lhe inspire segurança.
Para quem não quer se arriscar de jeito nenhum, existem as doleiras – uma espécie de pochetes fininhas – próprias para armazenar dinheiro e passaporte que são utilizadas por baixo da roupa. Neste caso também vale separar o dinheiro entre o que se vai utilizar no dia na carteira e o que é para o resto da viagem na doleira, para não ficar se expondo.
Por não oferecer segurança, aconselho levar pelo menos um cartão de crédito habilitado para compras internacionais, em caso de emergência, ele será muito útil.
Outro ponto é que alguns hotéis solicitam o número de um cartão de crédito para fazerem um depósito de garantia. O mesmo ocorre com locação de carro, para bloqueio do caução o cartão de crédito é obrigatório.
Além disso, o limite disponível para compras serve como garantia na alfandega, caso você tenha que comprovar que possuí dinheiro para a sua estadia. Então mesmo que não vá utiliza-lo, deves levar pelo menos um desbloqueado.
Para quem opta por dinheiro em espécie, saiba que não existe um limite de valor, mesmo assim deve-se ficar atendo a quantidade que está levando, pois conforme artigo 7 do Capítulo III da instrução normativa da Receita Federal Brasileira:
O viajante que ingressar no País ou dele sair com recursos em espécie, em moeda nacional ou estrangeira, em montante superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais) ou o equivalente em outra moeda, também deverá declará-los para a RFB mediante registro da e- DBV (Declaração de Bens de Viajantes).
Não há cobrança de tributos por esta declaração.
Cartão Pré-Pago de débito ou Travel Money
Utilizamos na nossa primeira viagem a Europa e amamos. Mas ele fez tanto sucesso que aumentaram a sua alíquota. Se antes o IOF era o mesmo que comprar em espécie agora é a mesma do cartão de crédito 6,38%. Seguindo o nosso exemplo, ao comprar mil reais em moeda estrangeira, você irá pagar uma taxa de R$ 63,80 (R$ 52,80 a mais do que a primeira opção).
O cartão de débito, assim como o dinheiro vivo, permite você programar quanto irá gastar e colocar uma carga no valor desejado. Mais fácil de carregar e com a possibilidade de cancelar em caso de assalto. Como você recebe dois, o ideal é guarda-los em locais separados, pois caso perca um, basta cancelar e ativar o outro.
Outra vantagem é que você segura o valor do câmbio, depois de carregado, ele não sofre mais alterações. Além disso, você pode sacar dinheiro nos caixas eletrônicos (com cobrança de taxa).
Mas o cartão de débito (assim como o de crédito) exige a companhia de dinheiro vivo, já que pode acontecer de algum lugar não aceitar.
A desvantagem são as taxas, dependendo do local, além do IOF alto, haverá a necessidade de pagar um valor para carregar o cartão. Quando fiz o meu, havia um valor competitivo que compensava escolher a segurança do cartão, hoje é necessário pensar várias vezes e pesquisar entre as administradoras o que mais compensa.
Cartão de Crédito
A grande vantagem é que você já tem em mãos, não precisa solicitar nem pagar taxa extra com isso. Em alguns casos ainda ganha pontos para uma próxima viagem.
O problema é que, dependendo do emissor, você não tem garantia do valor que irá pagar. O cartão de crédito considera o câmbio do dia do fechamento da fatura, e na fatura seguinte irá cobrar a diferença do câmbio entre o fechamento da fatura e a data de pagamento. Mais o IOF de 6,38%.
Claro que também pode ocorrer desvalorização da moeda no período entre fechamento da fatura e pagamento, e assim você ter uma diferença a receber, mas para o planejamento é sempre bom considerar a pior situação.
E no caso de moedas diferentes do dólar é a conversão da conversão. Ficou confuso? Se você estiver na Espanha, suas comprar serão em euros. O cartão irá transformar os euros em dólares e os dólares em reais.
Na prática, no momento da compra você pode estar calculando pagar cem reais, e nas faturas seguintes, se houver aumento cambial, você pode pagar com as taxas e ajustes cento e vinte reais. Multiplique isso por várias compras e avalie o tamanho do susto.
Uma boa combinação neste caso é consultar o preço do que deseja comprar utilizando o cartão e levar dinheiro em espécie para gastos como alimentação e ingresso.
** Atualização: O Banco Central determinou que a partir de março de 2020 os gastos realizados em moeda estrangeira deverão ser convertidos pela cotação do dólar do dia da compra. O que ira tornar o uso do cartão de crédito muito mais fácil, pois teremos previsibilidade dos gastos.
Travel Cheque
Existe uma quarta opção: o Travel cheque. Neste caso você troca o cheque em casas de câmbio, bancos ou outros lugares indicados no local onde os adquiriu. Em caso de roubo possuem seguro, podendo ser restituído em 24 horas. O IOF também é de 6,38%.
Nunca utilizamos esta opção, então não tenho um maior detalhamento prático além das ofertadas nos sites de banco.
Nossa opinião:
Como pode ser observado, todas as opções exigem cuidado, seja com a segurança ou com o uso.
Avalie o seu perfil. Se você for do tipo descuidado, talvez valha a pena levar o cartão de débito.
Se já possuir a neurose de mil cuidados ao andar pelo Brasil, carregar dinheiro vivo pode ser tranquilo.
Se for muito organizado e já estiver preparado para os gastos futuros o cartão de crédito pode ser a sua opção.
Planeje sua viagem em parceria com o blog clicando nos links em azul, você não paga nada a mais por isso e nos ajuda a melhorá-lo cada vez mais:
oi!
aqui no Brasil eu prefiro usar o cartão,as para viagens internacionais eu prefiro usar dinheiro mesmo…. Deixo o cartão só para uma grande necessidade 😉
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Importantíssimas as informações que você nos trouxe! Eu tinha uma ideia, mas não era muito clara, sobre os cuidados com o dinheiro na hora de viagens assim. Valeu pela dica!!!
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Eu basicamente só viajava com Visa Travel Money antes da mudança da alíquota do IOF. Hoje em dia, infelizmente, acredito que essa já não é a melhor opção. Agora faço um mix de cash e cartão de crédito. Concordo que é sempre bom ter mais de uma opção e carregar um cartão de crédito nem que seja para emergências.
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Muito importantes essas dicas de uso de dinheiro em espécie ou cartão de crédito ou outras modalidades numa viagem internacional. Nunca usei travel cheque, sempre é bom saber de mais uma possibilidade.
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Olá,
Também nunca usamos, lembro que era mais comum antes da popularização do cartão internacional.
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Bom post, realmente está difícil ultimamente escolher entre dinheiro ou cartão nas viagens. Eu sempre fui mais do cartão porque apesar dos riscos da moeda subir e iof acho mais seguro…
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Ótimas dicas! Realmente essa é uma questão muito importante numa viagem internacional, pois depende bastante do perfil do viajante e do local de destino. Planejamento é essencial!
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A minha opção é sempre cash… Gosto de controlar meus gastos e para mim tem funcionado muito bem. Para mim, a maneira mais prática e mais barata. 🙂 Já tive inclusive que apresentar quanto dinheiro em espécie eu tinha em um ou dois controles de passaporte.
Sempre levo um cartão de crédito desbloqueado para o caso de emergência, de uma necessidade não programada e porque também já me pediram na imigração. Além disso, como você mesma citou, dependendo do hotel, eles pedem. 🙂
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Eu acabo levando mais dinheiro em espécie mesmo. Dá pra ir comprando aos poucos, utilizar o que sobrou de uma viagem na próxima e não se preocupar com esses gastos qnd voltar. É mais fácil de controlar o que/quanto gastou e não corre o risco de por algum problema eletrônico o cartão não passar (aqui no BR mesmo, no interior tem mto lugar que não tem sinal pra maquininha funcionar direito.. Imagina estar no exterior e dar um problema desses?). Ah e na Alemanha cartões são bem menos aceitos do que no geral, sabia? Lá não dá pra ficar sem cash na mão não rs. Alemães são muito desconfiados que cartão seria uma forma de controle…
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Olá,
Ainda não fomos na Alemanha, desconhecia esta desconfiança dos alemães em relação ao cartão.
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Ótimo post , eu costumo levar dinheiro, cartão para emergências e alguma comprinha inesperada .
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Ola
Adorei sua resenha. Eu ja fui p o exterior e minha gerente me ajudou muito ela me indicou a comprar dollares e levar cartao pre pago q assim o meu cartao nao iria vim tao alto e fiz issk e amei. Estou louca p fazer uma outra viagem mas so ano a bem no meus 40 anos. Bjs e sucesso
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Os 40 merecem uma viagem especial, que bom que você gostou.
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Que dicas valiosas, principalmente para os que não tem nenhuma experiência nas viagens internacionais. Nossa, infelizmente em todos os lugares temos que ter cuidado com o dinheiro vivo. Muito bom o Banco Central mudar as regras para a conversão dos gastos da compra para a cotação do dólar do dia, isso facilitará muito o controle.
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Eu prefiro usar cartão de crédito aqui no Brasil, até pq ganho milhas e assim posso viajar mais. Mas no exterior tem a cobrança de IOF, então prefiro levar dinheiro vivo mesmo para não rasgar dinheiro!
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Olá Andrea,
Eu amo os seus posts sobre viagens, pois você sempre consegue ser certeira e trazer informações bem valiosas que irão ajudar quem está na dúvida em relação a alguma viagem. Coo você bem colocou, a escolha do que usar, dinheiro ou cartão, vai muito de pessoa para pessoa. Eu, particularmente, prefiro usar dinheiro, pois eu sei quanto terei para gastar e não tem muitas chances de exceder o orçamento. Mas gostei da dica de levar o cartão para se precaver e o cuidado com os batedores de carteiras. Post muito bom!
Beijos!
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Eu tô sempre na economia, então, só ando com dinheiro em espécie. Mas é um saco ficar com medo de perder ou ser roubado. Ainda bem que até hoje não tive problemas. Cartão é mais cômodo mesmo. Seria ótimo se não rolassem taxas rs.
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Olá!
Eu gostei da publicação e dicas, pois ainda pretendo realizar viagem internacional e acho mais vantagem levar a grana, pois o cartão de crédito tem o maldito IOF e taxas da administradora.
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Olá, Arthur.
O cartão de crédito não possui taxas de administração, apenas um iof mais alto que a moeda em espécie.
Taxas administrativas podem ser cobradas do cartão pré-pago, também chamado de travel money.
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Desde que a alíquota de compras no exterior feitas no cartão de crédito subiu tenho usado dinheiro vivo – e a doleira! – para pagar as despesas de alimentação e miudezas, e reserva de carro pago ainda no Brasil, evitando o IOF. Legal também quando a plataforma de reserva de hotel é paga em reais…
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Olá, Márcia.
Também faço reserva de carro no Brasil, mas dependendo do país o site não te oferece todos os seguros, e aí essa diferença entra obrigatoriamente no cartão de crédito, junto com o caução.
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Oi,tudo bem ?
Nossa parabéns pela postagem clara e completa. Gostei bastante do contéudo e não tinha conhecimento destes fatores, além de tirar várias dúvidas.
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Que bom, Jacqueline! Fico feliz.
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